Só sei que nada sei
Já está na hora de as pessoas que escrevem, e principalmente os artistas, compenetrarem-se de que neste mundo não se compreende nada, como outrora reconheceu Sócrates e como Voltaire reconhecia. A turba acha que compreende tudo e que sabe tudo; e quanto mais estúpida ela é, mais amplo lhe parece seu horizonte. Se um artista em quem a multidão acredita tomar a decisão tomar a decisão de declarar de que ele não compreende nada do que vê, só isso já constituirá um grande saber no domínio do pensamento e um grande passo à frente.
Anton Tchékhov – trecho de carta para Aleksei Suvórin. Do livro Sem trama e sem final (99 conselhos de escrita). Tradução de Homero Freitas de Andrade. Ed. Martins Fontes.
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